cai copiosamente a noite
por entre a espuma dos dias
mete medo o nosso medo
por vezes está escuro cá dentro
mete medo o medo dos outros
por vezes está escuro lá fora
por entre o rebombar da noite
cai docemente o que foi dia
faço girar a luz
acesa por dentro
que se guiem por fora
os marinheiros de outrora
espero que não atolem
não raspem o casco na rocha
de tanto sangrar
há marinheiros que morrem
mete medo o nosso medo
acendemos a luz de noite
ilumina a alma prata do cobarde
coragem ao homem que se afoite
e depois acalma a fúria
baixam as ondas as defesas
erguem-se os nossos filhos
à avidez do frio e dos remoinhos
aprender que de dia
não se erguem faróis
são como campos de girassóis
que rodopiam na apatia
de não saber
ser...
E.M.Valmont
Gostei !
ResponderEliminarGosto desse rodopio...
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