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da manhã. Nem os gatos pretos atravessavam a travessura de sair à rua. Um carro
veloz com dois espíritos atormentados pelo passado. Ela chorava, ele não vertia
lágrimas há mais de dez anos, mas tinha uma grande vontade de morrer; de falhar
de morrer, de não ser capaz de dar vida ao propósito da sua vida. Não fosse a
família, um par de amigos e um cão sem uma perna, que provavelmente já se tinha
matado há muito.
Nunca
fora capaz de tirar uma vida. Hoje tinha aquela estranha pressão, de não poder deixar
de conseguir dar vida, à sua vida.
Acelerou.
Chegou
a tempo de ver viver. Chegou a tempo de parir o seu propósito de vida. Não
fossem os filhos, uma mulher, um par de verdadeiros amigos e um cão de três
pernas, que o homem já não conseguiria gerar mais homens.
Não
fossem…
Que
não seriam, mais que abraços apertados dos seus filhos.
Nuno Miranda de Torres
[Orgulhoso pai do seu segundo filho, Tiago de seu nome, nascido no dia 18-08-2015, nessa madrugada que nem os gatos pretos quiseram patinhar os telhados de zinco.]
[Orgulhoso pai do seu segundo filho, Tiago de seu nome, nascido no dia 18-08-2015, nessa madrugada que nem os gatos pretos quiseram patinhar os telhados de zinco.]
Muitos parabéns, Nuno!
ResponderEliminarE espero, do coração, que tudo corra bem.
Um abraço.
Obrigado.
EliminarEsse também é o maior dos meus desejos.