Parar
o tempo
Sei que as restantes pessoas do mundo continuam
a respirar. Sei, porque as ouço e elas se fazem ouvir. A vida continua a
respirar e o seu ofegar polipneico como que não me deixa sossegar; neste
momento que eu precisava que a apneia do relógio badalasse apenas duas vezes
por dia.
Hoje o tempo parou.
De braços sobrepostos imitando um
ninho de cuco, recebi hoje, pela primeira vez, o meu filho no colo. Sem tubos,
sem drenos e sem ventilador, foram apenas aqueles dois quilos de gente e eu,
numa simbiose perfeita de dependência. Ele precisava do meu colo, eu precisava
da vida dele. Enroscou-se como só um filho se sabe enroscar. Abracei-o, como só
um pai sabe abraçar.
Hoje o tempo parou.
Pena que não me deixam ter tempo de parar o tempo para sempre, neste minuto em que ele se enroscou em mim.
Nuno Miranda de Torres
Muitos; muitos; parabéns. Depois destes dias de sombra, o brilho um filamento de alegria intensa.
ResponderEliminarAmigo Xilre, nem sabe como brilhou este dia... Pena que estas angústias diárias parece que nos anestesiam as verdadeiras alegrias.
EliminarQue bom, Nuno, que bom! Vim a correr ler o post de hoje, queria ver esse bebé fora da máquina! Um abraço forte ao pai, outro à mãe e um beijinho pequenino nesses dois quilos de menino lindo.
ResponderEliminarMuitas felicidades para todos.
Amiga Susana, obrigado pela preocupação e apoio. Darei o requisitado beijo ao petiz, quando estiver novamente com ele.
Eliminaro melhor do mundo a acontecer, de novo :)
ResponderEliminarOlá Alexandra. ...e muitas coisas boas ainda virão. Agora estamos muito mais esperançados que há uma semana.
EliminarObrigado por tudo.