terça-feira, 28 de maio de 2013

Dobram-se os pobres aos nobres inebriados


dizem que os pobres
têm menos força
para tirar a forca
dos pescoços já podres

dizem que os pobres
têm menos voz
do que os seus avós
na lânguida língua dos nobres

dizem que os pobres
têm menos dinheiro
fosse o abastar de um cavalheiro
pela pouca honra que encobres

-nunca digam!
por ser pobre
há homem que se dobre
ou homens que se vingam

dobram-se os podres aos pobres enlaivados


e.m.


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Adeus...

não voltarás
nem a ver o mar
nem a saudade
dos teus filhos

dizer a Deus
que não consigo dizer adeus
aos meus filhos
nem aos teus
desejos infindáveis
de me conseguir despedir

deixas de sentir
-fá-lo a sorrir
os olhos vão-se fechando

o coração deixou de recordar
sem olhos
ninguém se despede
então porque acenas? 
as mãos fecham as memórias

dizem 

Adeus…

e.m.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Esperar o tempo

voltava a esperar
se esperar o tempo
me desse esta vida
que esperar me deu

voltava a esperar
o tempo de esperar
pela intemporal ilusão
que a vida me deu

o tempo recomeça
volto a esperar
que a vida me dê
tempo para esperar


e.m.