quarta-feira, 22 de julho de 2015

Olhos de vida

foi sem querer
mesmo sem (te) querer
que vi que te viver
não depende de te ver
basta que te viva
no pobre vislumbre da vida
podre de não ser de ver
pobre cegueira de (te) viver
conforta-me o apodrecer
de tanto (te) ver
do pouco que viver
que este ver de vida
me dá, que este morrer
de vida (te) dá, aos poucos
morrendo de momentos
que os olhos (te) dão
fosse a vida de querer viver
esses olhos nunca fechariam


Nuno Miranda de Torres