Caminho
que não sabe
o
destino, que não sabe
a
rota que aperta, a manhã
que
na hora se desperta
o
caminho que não sabe
o
destino, que não sabe
a
cor da saia da dona Berta
o
cheiro a que cheira
um
bolo de chocolate
o
cheiro a que cheira
poder
amar-te
caminho
que não sabe
o
destino, não sabe
quando
parar, não sabe
o
que há para amar
o
cheiro a que cheira
a
verdade, na saudade
de
um bolo de chocolate
a
mentira da sina que trina
em
poder amar-te
caminho
que não sabe
se
o passado existir, em mim
se
o fim não se sentir, mais para além
do
que nesse passado ficou, aquém
do
resto que ficou de amar-te
as
gerberas em manto, alergias
as
lágrimas em pranto, de morrer
se
eu não estiver farto, de viver
em
bocados pequenos de vida
que
outrora fizeram caminho
que
de não saber o destino
não
soube nunca morrer de amar-te
de
cheirar aquele cheiro
hálito
do primeiro beijo
o
primeiro de ser verdadeiro
que
sabia a bolo de chocolate
Nuno Miranda de Torres