Estante de Livros


 Se isto é um Homem - Primo Levi


Data  Leitura: 26-11-2015

Classificação NMC : 3

Sinopse


Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura.

Na noite de 13 de Dezembro de 1943, Primo Levi, um jovem químico membro da resistência, é detido pelas forças alemãs. Tendo confessado a sua ascendência judaica, é deportado para Auschwitz em Fevereiro do ano seguinte; aí permanecerá até finais de Janeiro de 1945, quando o campo é finalmente libertado. 
Da experiência no campo nasce o escritor que neste livro relata, sem nunca ceder à tentação do melodrama e mantendo-se sempre dentro dos limites da mais rigorosa objectividade, a vida no Lager e a luta pela sobrevivência num meio em que o homem já nada conta. 
Se Isto é um Homem tornou-se rapidamente um clássico da literatura italiana e é, sem qualquer dúvida, um dos livros mais importantes da vastíssima produção literária sobre as perseguições nazis aos judeus.

Se Isto é um Homem de Primo Levi

 Terra Amarga - Joyce Carol Oates







Data  Leitura: 26-07-2015
Classificação E.M. : 3

Sinopse
Esta reunião de dezasseis contos de Joyce Carol Oates - histórias que revelam, com precisão e força inesquecíveis, o poder da violência, da perda e do luto moldando uma sociedade e as suas almas - confirma-a como um dos grandes mestres contemporâneos da arte da short story.
Joyce Carol Oates atinge neste livro o cume das suas capacidades narrativas: capacidade de observar o quotidiano, precisão lapidar da descrição, imaginação prodigiosa e doseamento do humor negro e do suspense.
Críticas de imprensa
Selvagem, poético, sem compaixão… a mão de Oates nunca esteve tão segura, os seus olhares nunca foram tão penetrantes.
Washington Post


Oates é realmente uma escritora sem medo… coração corajoso e imaginação poderosa.

Los Angeles Times


Oates continua a ser um mestre da short story.

Buffalo News


Se existisse a definição “mulher de letras”, Joyce Carol Oates seria realmente, neste país, quem teria direito a ela.

John Updike


Terra Amarga de Joyce Carol Oates

 Bufo & Spallanzani - Rubem Fonseca




Data  Leitura: 16-07-2015
Classificação E.M. : 4




Sinopse
«Quando chegou ao local do encontro, Guedes já sabia que Delfina não estava a dormir, como chegaram a supor as pessoas que a encontraram, devido à tranquilidade do seu rosto e à postura confortável do corpo no assento do carro. Guedes, porém, havia tomado conhecimento, ainda na delegacia, do ferimento letal oculto pela blusa de seda que Delfina vestia.»
Outras Críticas
« […] tenso, rude, movimentado e divertido. […] está aqui o Rubem quase todo.»
Pedro Mexia, Expresso


Bufo & Spallanzani de Rubem Fonseca

  Stoner - John Williams





Data  Leitura: 12-07-2015
Classificação E.M. : 3

Sinopse
Romance publicado em 1965, caído no esquecimento. Tal como o seu autor, John Williams - também ele um obscuro professor americano, de uma obscura universidade. 
Passados quase 50 anos, o mesmo amor à literatura que movia a personagem principal levou a que uma escritora, Anna Gavalda, traduzisse o livro perdido. Outras edições se seguiram, em vários países da Europa. E em 2013, quando os leitores da livraria britânica Waterstones foram chamados a eleger o melhor livro do ano, escolheram uma relíquia. 
Julian Barnes, Ian McEwan, Bret Easton Ellis, entre muitos outros escritores, juntaram-se ao coro e resgataram a obra, repetindo por outras palavras a síntese do jornalista Bryan Appleyard: "É o melhor romance que ninguém leu". Porque é que um romance tão emocionalmente exigente renasce das cinzas e se torna num espontâneo sucesso comercial nas mais diferentes latitudes? A resposta está no livro. Na era da hiper comunicação, Stoner devolve-nos o sentido de intimidade, deixa-nos a sós com aquele homem tristonho, de vida apagada. Fechamos a porta, partilhamos com ele a devoção à literatura, revemo-nos nos seus fracassos; sabendo que todo o desapontamento e solidão são relativos - se tivermos um livro a que nos agarrar.
Críticas de imprensa
«É uma coisa ainda mais rara do que um grande romance - é o romance perfeito, tão bem contado, tão bem escrito, tão comovente que nos corta a respiração.»
New York Times

«Williams fez da vida de Stoner, tão repleta de desilusões, um retrato tão profundo e honesto, tão cru e despojado de romantismo, que silenciosamente nos corta a respiração.»
Boston Globe



Outras Críticas
«Stoner não passa de um romance sobre um tipo que vai para a universidade e se torna professor. Mas é também uma das coisas mais fascinantes que já vi na vida.»
Tom Hanks

«Não percebo como é que um romance tão bom passou despercebido tanto tempo.»
Ian McEwan

«Quase perfeito.»
Bret Easton Ellis

«Um romance formidável de uma latejante tristeza.»
Julian Barnes

«Um dos grandes romances esquecidos do século passado.»
Colum McCann

«Magnificamente escrito, numa prosa simples mas brilhante.»
Ruth Rendell

«Brilhante, belo, inexoravelmente triste, sábio e elegante.»
Nick Hornby

«O autor (...) trata as suas personagens com tamanha ternura e implacável honestidade que é impossível não as amar.»
Steve Almond

«Íntimo e misterioso como a própria vida.»
Geoff Dyer

«Uma obra-prima de triste lucidez.»
Peter Kemp

«Muito poucos romances na língua inglesa, ou qualquer outro tipo de produção literária, se lhe aproximam sequer ao nível da sabedoria ou enquanto obra de arte.»
C. P. Snow





  O Filho - Philipp Meyer


Data  Leitura: 24-04-2015
Classificação E.M. : 3


Sinopse

Um épico do Oeste americano e uma saga que atravessa várias gerações de uma família e mais de um século de história. Uma história de poder, sangue, terra e petróleo que acompanha a ascensão de uma inesquecível família texana, desde os ataques dos Comanches em inícios do século XIX até à explosão do petróleo no século XX.
Apaixonante, abrangente e evocativo, O Filho é uma obra-prima inesquecível na grande tradição do cânone americano.

Críticas de imprensa
«Posiciona-se para ser um Grande Romance Americano.»


O Filho de Philipp Meyer


jóquei - matilde campilho


Data  Leitura: 21-03-2015
Classificação E.M. : 3

Sinopse

ATÉ AS RUÍNAS PODEMOS
AMAR NESTE LUGAR

Lembro-me muito bem do tal cantor basco
que costumava celebrar a chuva no verão
Não ligava quase nada para as conspirações
que recorrentemente se faziam ouvir
debaixo das arcadas noturnas da cidade
naquela época do intermezzo lunar
Foi já depois do fascismo, um pouco antes
da democracia enfaixada em magnólias
O cantor, as arcadas, o perfume e os disparos
me ensinaram que se deve aproveitar a época
de transição para destrinçar o brilho
As revoluções sempre foram o lugar certo
para a descoberta do sossego:
talvez porque nenhuma casa é segura
talvez porque nenhum corpo é seguro
ou talvez porque depois de encarar uma arma
finalmente possa ser possível entender
as múltiplas possibilidades de uma arma.


AVARANDADO

Quarta nota para
a manhã infinita:

Afinal o grande amor
Não garante nada mais
Do que as 12 graças
Desdobradas pelos
Corredores do mundo
Agora isso é mais
Do que suficiente
E apesar dos bofetões
Do tempo invertido
Apesar das visitas
Breves do pavor
A beleza é tudo
O que permanece.

Críticas de imprensa
«Jóquei, o primeiro livro de poemas de Matilde Campilho, é um álbum de Verão. Um Verão de todas as estações, transatlântico, luso-brasileiro na topografia Rio-Lisboa, com um português em dupla nacionalidade e dupla grafia, coloquial e feliz, saudoso e complicado. Os poemas, em verso e prosa, assemelham-se a climogramas, medem atmosferas e temperaturas. Contam muitas vezes histórias de trintões com a coragem de adolescentes, meninos e meninas em mergulhos desmedidos e destemidos, com deslumbramentos e desapegos, amores mercuriais, ternuras e enigmas. Isto são poemas, diz-se a dado passo, mas de que fala um poema? De tudo: botecos e viagens, Eliot e o «Financial Times», a vibração de um corpo humano e um emblema da Federação Uruguaia de Esgrima. Entusiasta e inventivo, «Jóquei» recorre a diminutivos e hipérboles, a enumerações e anáforas, a uma imagética fulgurante e a bastantes referências herméticas, quase sempre para nos garantir que «esta coisa da alegria ainda vai dar muito certo». É uma crónica (ou crônica) do achamento, que descobre um novo mundo numa antiga língua comum.»
— Pedro Mexia


Jóquei de Matilde Campilho


Agarra o dia - Saul Bellow


Data  Leitura: 23-09-2014
Classificação E.M. : 4

Sinopse

O decadente sedutor Tommy Wilhelm chegou ao dia da verdade e está assustado. Aos quarenta anos, retém uma impetuosidade meio infantil, o que o levou à beira do caos: está separado da mulher e dos filhos, perdeu o emprego de vendedor, não se entende com o seu vaidoso e rico pai, a sua carreira em Hollywood foi um fracasso (um agente de Hollywood classificou-o como "o tipo que perde a rapariga") e a sua situação financeira é péssima. No decorrer de um dia decisivo, durante o qual passa em revista os seus erros passados e descontentamento espiritual, um impostor misterioso e filósofo oferece-lhe um momento glorioso de verdade e compreensão, além de uma última esperança. Saul Bellow foi o único escritor a vencer o National Book Award por três vezes, tendo sido galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1976.

Aproveita o Dia de Saul Bellow

Tudo passa - Vassili Grossman




Data  Leitura: 05-09-2014
Classificação E.M. : 3

Sinopse
Tudo Passa é o testemunho final de Vassili Grossman, romance inacabado, cuja revisão ocupou os seus últimos dias.
Ivan Grigórievitch tem vivido num Gulag nos últimos trinta anos. Posto em liberdade após a morte de Stálin, descobre que os anos de terror impuseram uma escravidão moral coletiva. Ivan terá então de esforçar-se por encontrar o seu lugar num mundo que lhe é estranho. Mas, num romance que procura abordar acontecimentos trágicos da União Soviética, a história de Ivan é apenas uma entre muitas. Assim, conhecemos também o primo de Ivan, Nikolai, um cientista que nunca deixou a sua consciência interferir na sua carreira, Pinéguin, o informador que levou a que Ivan fosse enviado para o campo de trabalhos forçados, e ainda uma série de outros informadores, cada qual com uma desculpa para os seus indesculpáveis feitos. E, no centro do romance, encontramos a história de Anna Serguéevna, amante de Ivan, que nos conta o seu envolvimento como ativista no terror que foi a Grande Fome da Ucrânia - uma ação deliberada de extermínio, desencadeada pelo regime soviético, que levou à morte de milhões de camponeses.
Tudo Passa é um romance insuportavelmente lúcido sobre o sofrimento humano, de um dos gigantes da literatura do século XX.
Tudo Passa de Vassili Grossman

No céu não há limões - Sandro William Junqueira




Data  Leitura: 26-07-2014
Classificação E.M. : 2



Sinopse
No Céu não Há Limões descreve um mundo em guerra entre o Norte rico e o Sul pobre, em que os pobres do Sul tentam por todos os meios ter acesso ao bem-estar do Norte, e os do Norte usam de todos os meios para conservar a sua riqueza só para si.
Sandro William Junqueira não apresenta soluções, mas à medida que o livro se aproxima do final uma personagem se destaca - o padre -, procurando uma saída. Será esta uma saída?
O autor não dá a resposta. A resposta fica com cada um de nós, porque este é o nosso mundo.



Portugal, A Flor e a Foice - J.Rentes de Carvalho







Data  Leitura: 26-05-2014
Classificação E.M. : 3


Sinopse
No ano em que se comemora o 40.º aniversário da Revolução dos Cravos, a publicação de Portugal, a Flor e a Foice, até aqui inédito em Portugal, promete dar que falar. 
Escrito em 1975, em cima dos acontecimentos que então convulsionavam Portugal (e que eram acompanhados com entusiasmo e apreensão pela Europa e o resto do Mundo), Portugal, a Flor e a Foice é a observação pessoal que um português culto e estrangeirado faz do seu país em mudança. 
Nesta apreciação aguda e de tom sempre crítico, todos os mitos da História Portuguesa são, senão destruídos, pelo menos questionados: o Sebastianismo, os Descobrimentos, Fátima; denunciadas instituições como a Monarquia e a Igreja; e impiedosamente escalpelizado não apenas o antigo regime mas também, e sobretudo, o 25 de Abril. Com acesso a círculos restritos nos anos que antecederam e sucederam a Abril de 1974, e a documentos ainda hoje classificados, J. Rentes de Carvalho faz uma História alternativa da Revolução e das suas figuras de proa, em que novos factos e relações de poder se conjugam num relato sui generis, revelador e, no mínimo, desconcertante.
"Porém, para resguardo, e porque a liberdade e a esperança de momento são recentes e frágeis, dá vontade de lhes pôr ao lado o letreiro que às vezes se encontra nos jardins:«É favor não pisar. Semeado de fresco»."
Portugal, a Flor e a Foice de José Rentes de Carvalho




Sempre o diabo - Donald Ray Pollock



Data  Leitura: 14-05-2014
Classificação E.M. : 5

Sinopse
Localizado no sul rural do Ohio e da Virginia, Sempre o Diabo segue um elenco de magnéticas e bizarras personagens, desde o fim da Segunda Guerra Mundial até 1960: Willard Russell - veterano atormentado pela carnificina no Pacífico Sul - que não consegue salvar a sua bonita mulher, Charlotte, da morte agonizante de um cancro, por mais sangue sacrificial que derrame sobre o tronco das orações. Carl e Sandy Henderson, a equipa de marido e mulher assassinos em série, rolando pelas autoestradas da América, em busca de modelos para fotografar e exterminar. Roy, o pregador tratador de aranhas e o seu sócio, Theodore, deficiente e exímio guitarrista. No meio de tudo isto, Arvin Eugene Russell, o filho órfão de Charlotte, que cresce e se transforma num homem bom, ainda que também violento.
Ligando a perversão de um Oliver Stone (em «Natural Born Killers») aos cambiantes religiosos e góticos de Flannery O’Connor, Donald Ray Pollock tece os fios da intriga de forma tensa e arrebatadora, revelando a enorme mestria de um novo narrador americano.
Críticas de imprensa
«A próxima grande voz da ficção americana.» Wall Street Journal

«Isto é o grau máximo da crueza que a ficção americana pode atingir. É uma experiência inesquecível.»
San Francisco Chronicle

«A voz de Pollock é fresca e firme (…), a sua prosa, de aço dentado.»
New York Times Book Review

«Um livro poderoso, notável, excecional.»
Los Angeles Times


Sempre o Diabo de Donald Ray Pollock


Barba ensopada de sangue - Daniel Galera 



Data  Leitura: 20-03-2014
Classificação E.M. : 3

Sinopse

Um professor de educação física busca refúgio em Garopaba, uma cidade balnear de Santa Catarina, após a morte do pai. O protagonista (cujo nome não conhecemos) afasta-se da relação conturbada com os outros membros da família e mergulha num isolamento geográfico e psicológico. Ao mesmo tempo, ele empreende a busca pela verdade no caso da morte do avô, o misterioso Gaudério, que teria sido assassinado décadas antes na mesma Garopaba, à época apenas uma vila de pescadores.
Portador de uma condição neurológica congénita que o obriga a interagir com as outras pessoas de modo peculiar, o professor estabelece relações com alguns moradores: uma empregada de mesa e o seu filho pequeno, os alunos da natação, um budista histriónico, a secretária de uma agência turística de passeios. Aos poucos, ele vai reunindo as peças que talvez lhe permitam entender melhor a própria história.
É também com lacunas e peças aparentemente díspares que Galera constrói sua narrativa. Dotado de um senso impecável de ritmo, ele alterna descrições ricas em subtileza e detalhe com diálogos ágeis e de rara verosimilhança que dão vida a um elenco de personagens inesquecíveis.
Barba Ensopada de Sangue resgata e leva às últimas consequências temas como a construção da identidade e, nesse processo, as dificuldades que enfrentamos para entender e reconhecer os outros; a necessidade inconfessa de uma reparação talvez inviável; a busca pela unidade entre mente e corpo; o consolo afetivo que o contacto com a natureza e os animais é capaz de nos proporcionar, e os diversos tipos de violência que podem irromper no meio de uma existência domesticada.
Críticas de imprensa
«Barba ensopada de sangue é um livro muito forte e Daniel Galera, um escritor admirável - sério, robusto, tranquilo. E este é também um livro assim, desde a primeira página. Como alguém que sai de casa sabendo exatamente para onde quer ir. Vai firme, mas não apressa o passo.»
Gonçalo M. Tavares

«Li com muito prazer, capturado pelas tramas abertas e trágicas. Me agradou especialmente o tom musical da prosa e o modo como os diálogos precisos e rápidos servem de contraponto à ação. Para felicidade do leitor, a imagem aterrorizante do título é apenas moldura para um romance lírico e sentimental.»
Ricardo Piglia

«A um tempo engenhoso e desprendido, alternando entre o grau zero e o alto grau da escrita, um romance de aventura e mistério sobre a tenacidade dos homens, dos animais e da natureza.»
Francisco Bosco

“Uma voz autoral refinada.»
Folha, Fabio Victor

«Aos 33 anos, Daniel Galera se firma como uma das principais vozes da literatura brasileira contemporânea com romance sobre a constituição da identidade pessoal e a conexão entre os homens e a natureza.»
O Globo, Guilherme Freitas

«O novo romance de Daniel Galera é uma sobreposição caleidoscópica de rumores, lendas e episódios pitorescos (…). É também uma narrativa realista ambiciosa (…)»
Piauí, Mario Sergio Conti

«Um dos melhores autores brasileiros de sua geração, Daniel Galera demonstra todo o seu vigor e técnica na história de um professor de educação física com um trágico destino familiar.»
Veja, Jerônimo Teixeira

«Poucas vezes, no romance brasileiro contemporâneo, se viu um trabalho tão bem executado nos diálogos. Galera tem um ouvido especial para a forma como as pessoas do seu tempo se expressam.»
Valor Económico, Cadão Volpato


Barba Ensopada de Sangue de Daniel Galera

As primeiras coisas - Bruno Vieira Amaral



Data  Leitura: 30-01-2014
Classificação E.M. : 4

Sinopse
Quem matou Joãozinho Treme-Treme no terreno perto do depósito da água? O que aconteceu à virginal Vera, desaparecida de casa dos pais a dois meses de completar os dezasseis anos? Quem foi o homem que, a exemplo do velho Abel, encontrou a paz sob o céu pacífico de Port of Spain? Porque é que os habitantes do Bairro Amélia nunca esquecerão o Carnaval de 1989? Quem é que poderá saber o nome das três crianças mortas por asfixia no interior de uma arca? Onde teria chegado Beto com o seu maravilhoso pé esquerdo se não fosse aquela noite aziaga de setembro? Quantos anos irá durar o enguiço de Laura? De que mundo vêm as sombras de Ernesto, fabuloso empregado de mesa, Fernando T., assassinado a 26 de dezembro de 1999, Jaime Lopes, fumador de SG Ventil, Hortênsia, que viveu e morreu com medo de tudo? Quando é que Roberto, anjo exterminador, chegará ao bairro para consumar a sua vingança?
Memórias, embustes, traições, homicídios, sermões de pastores evangélicos, crónicas de futebol, gastronomia, um inventário de sons, uma viagem de autocarro, as manhãs de Domingo, meteorologia, o Apocalipse, a Grande Pintura de 1990, o inferno, os pretos, os ciganos, os brancos das barracas, os retornados: a Humanidade inteira arde no Bairro Amélia.
As Primeiras Coisas de Bruno Vieira Amaral


 Estrada para Los Angeles - John Fante



Data  Leitura: 28-12-2013
Classificação E.M. : 3
Sinopse
Aos dezoito anos, Arturo Bandini vive com a mãe e a irmã em San Pedro, o porto de Los Angeles. Obrigado, pela morte do pai e pela grande crise de 1929, a trabalhar em empregos duros e mal pagos, tem nas revistas pornográficas o seu único alívio, um hábito muito censurado pela beatice da mãe e da irmã. As suas outras leituras consistem nos livros que procura na biblioteca, obras de grandes autores como Nietzsche e Schopenhauer, que Arturo mal compreende mas que gosta de se gabar de ter lido. Lê-as, ao mesmo tempo que emprega um vocabulário forçadamente erudito, na esperança de cumprir o sonho de ser escritor. Arturo Bandini, um italo-americano a tentar vingar na vida em plena Grande Recessão, é uma personagem intrigante, bizarra e absolutamente única, que John Fante nos deu o privilégio de seguir numa saga em quatro volumes. Estrada para Los Angeles, o primeiro romance de Fante, descreve os rituais de iniciação de Bandini na vida adulta, para a qual está gritantemente impreparado.
A Estrada para Los Angeles de John Fante

Críticas de imprensa
«Fante era o meu deus. E eu sabia que os deuses não deviam ser importunados — não podíamos simplesmente bater-lhes à porta.»
Charles Bukowski




 Mentiras & Diamantes - J.Rentes de Carvalho



Data  Leitura: 03-10-2013
Classificação E.M. : 3
Sinopse
Jorge Ferreira, conhecido como "o conde", recebe na sua quinta uma jovem e muito bela inquilina inglesa, que pretende passar uma temporada no interior algarvio a escrever um livro.

Rondando os cinquenta, o anfitrião é um homem educado, atraente e rico, mas extremamente reservado (partilha a imensa casa senhorial, no meio de uma paisagem de cortar a respiração, com apenas duas governantas velhas, uma cozinheira e um feitor): não se lhe conhecem amigos, amantes ou outro tipo de laços. Talvez porque o seu passado esconde um acto de ignomínia, uma tremenda infâmia, que o vitima até hoje e que pretende erradicar da memória.

Sarah Langton é impulsiva e aventureira, viciada em liberdade e em correr riscos - o que não consegue coadunar com a reclusão e a disciplina que a escrita exige. Filha de um italiano riquíssimo, também não são os problemas monetários que a atraem para o perigoso mundo do tráfico de diamantes… mas sim a perspetiva de produzir matéria-prima ficcional de primeira, mesmo que a não passe ao papel, e a de que a aura de segredo e mistério mantenha à distância curiosos indesejados.

Tudo parece concorrer para que estas duas pessoas se aproximem lentamente e que comecem a processar o que as atormenta (a Jorge, o episódio do passado; a Sarah a dificuldade extrema em escrever alguma coisa pertinente)… Mas a súbita visita de Biafra - vistoso fato de linho branco, cravo na botoeira, panamá na mão -, para praticar uma pequena chantagem, precipita uma cascata de revelações, desenlaces, mortes, desaparecimentos entre a Libéria, Marrocos, Algarve, Londres e Amsterdão.

Mentiras & Diamantes, o mais recente e inédito romance de J. Rentes de Carvalho, é um thriller habilmente construído e uma narrativa implacável, violenta e sexy. E um maravilhosamente obscuro objeto de suspense.
Mentiras & Diamantes de José Rentes de Carvalho


Luz Antiga - Jonh Banville



Data  Leitura: 05-09-13
Classificação E.M. : 4

Sinopse
Existe alguma diferença entre a memória e a invenção? É essa a pergunta que alimenta Luz Antiga, um romance fascinante, escrito com a profundidade, o lirismo e o humor que caracterizam a obra de John Banville.
É também a pergunta que persegue Alexander Cleave, um ator no crepúsculo da vida e da carreira, que recorda com pesar o seu primeiro - e talvez único - amor, assim como a morte da filha às mãos de uma depressão amorosa que Cleave não consegue aceitar ou entender.

Billy Gray era o meu melhor amigo e eu apaixonei-me pela mãe dele. «Apaixonei-me» é capaz de ser uma palavra demasiado forte, mas não conheço nenhuma mais fraca que sirva. Tudo isto aconteceu há meio século. Eu tinha quinze anos e Mrs. Gray trinta e cinco.

Luz Antiga é uma meditação sobre o amor e a perda, sobre o imediatismo inescrutável do passado nas nossas vidas presentes, sobre a forma como a imaginação inventa memórias e as memórias inventam o homem.
Luz antiga de John Banville
Críticas de imprensa
«[…] a linguagem, neste romance, volta a ser de uma exuberância, plasticidade e requinte nabokovianos. Numa das muitas e pormenorizadas descrições de Mrs. Gray, diz o narrador: «Parece que estou a vê-la à mesa da cozinha, depois de ter arrumado a chávena, mas com a mão ainda levemente pousada nela, como que para reter a exata sensação, a sua exata textura, enquanto, com os dedos da outra mão, fazia girar o rebelde cacho de cabelo atrás da orelha.» A prosa de Banville funciona da mesma maneira: toca nas coisas ao de leve, retém sensações e texturas, capta atmosferas que já se desfizeram, ou que talvez nunca tenham existido, mas que depois de as lermos adquirem uma aura que não somos capazes de esquecer.»
José Mário Silva, Expresso


Cidade Aberta - Teju Cole



Data  Leitura: 04-08-13
Classificação E.M. : 3


Sinopse
Através das ruas de Manhattan, um jovem médico nigeriano deambula sem destino. Andar liberta Julius do ambiente tenso da sua profissão e dá-lhe o espaço necessário para processar o relacionamento com os outros, a recente separação da namorada, o presente e o passado. Nesta deriva, os milhares de rostos por que passa não atenuam o seu sentimento de solidão, pelo contrário. Mas não se trata apenas de uma paisagem física a que ele atravessa: Julius cruza também um território social, no encontro com pessoas de diferentes culturas e estratos. Tendo merecido os maiores elogios (que o comparam a Sebald, Coetzee e Henry James), este assombroso romance investiga a identidade, a liberdade, a perda, a deslocação e a entrega. Cidade Aberta é uma obra profundamente original, cativante e encantatória.
Cidade Aberta de Teju Cole


Críticas de imprensa
«Uma poderosa e inquietante exploração da alma humana.» Time Magazine

«O romance de Teju Cole - belo, subtil e original – está tão próximo do diário quanto um romance o pode estar, com grandes espaços de reflexão, autobiografia, estase e repetição. É preciso uma mão muito segura para fazer com que este trabalho de escrita pareça o simples seguir de um fio.»
James Wood, New Yorker

«Se Baudelaire fosse um jovem africano deambulando pelas ruas da Nova Iorque contemporânea, este seria o livro que escreveria.»
Hari Kunzru, The Guardian



Fala-lhes de Batalhas, de Reis e de Elefantes - Mathias Énard




Data  Leitura: 18-07-13
Classificação E.M. : 4

Sinopse
13 de Maio de 1506: ao desembarcar em Constantinopla a, Miguel Ângelo sabe que enfrenta o poderio e a cólera de Júlio II, papa guerreiro e mau pagador, para quem deixou preparada a edificação de um túmulo em Roma. Mas como não havia de responder ao convite do sultão Bayazid, que, depois de ter recusado os planos de Leonardo da Vinci, lhe propõe a concepção de uma ponte sobre o Corno de Ouro?

Assim começa este romance, todo ele feito de alusões históricas, que se serve de um facto concreto para expor os mistérios daquela viagem.

Perturbante como o encontro do homem do Renascimento com as belezas do mundo otomano, exato e cinzelado como uma peça de ourivesaria, este retrato do artista em pleno trabalho é também uma fascinante reflexão sobre o ato de criar e sobre o simbolismo de um gesto inacabado para a outra margem da civilização.

É que, através da crónica dessas poucas semanas da História, Mathias Énard esboça uma geografia política cujas hesitações ainda hoje, passados cinco séculos, são igualmente sensíveis.

Fala-lhes de Batalhas, de Reis e de Elefantes de Mathias Énard


Críticas de imprensa
«Ao morrer, quase nonagenário, Miguel Ângelo ainda guarda de Constantinopla “uma vaga luz, uma doçura subtil mesclada de amargura, uma música distante”. É a música sublime que atravessa este romance, tão harmonioso e inesquecível quanto a ponte que nunca existiu.»
José Mário Silva, Expresso



Servidões - Herberto Helder

 

 

Data da leitura: 29-05-13
Classificação E.M. : 5


Servidões de Herberto Helder

O mais recente livro de Herberto Helder.

«como se atira o dardo com o corpo todo,
com a eternidade em não mais que nada,
e depois a abolição do tempo,
e então o que respira no corpo passa à vara,
e o que respira na vara passa depois à ponta,
tu não, tu já respiraste tudo pelo dardo fora,
mudo e cego e surdo,
e és um só ponto do alvo onde respiras todo,
e tudo respira nesse ponto,
em ti, veia da terra, oh
sangue sensível» 






Classificação:


5. lendário (divine)

4.magnífico (magnificent)

3.excelente (excellent)

2.razoável (passable)

1.mau (poor)


 

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