quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Mesmo que eu

Para onde foste?
para nascer
precisas de uma mãe
essa indómita  arrogância
pensares que consegues nascer sozinho
sem mãe
sem pai
mesmo que não precises de aconchego
ou que eu te diga boa noite
foi por felicidade
que te imaginei
que te desenhei
eu não queria crescer por ti
mesmo que não me quisesses dar a mão
nos primeiros passos
mesmo não querendo que o meu lenço
te enxugasse as primeiras lágrimas
mesmo que eu assistisse de longe
não precisavas de partir
nem de infligir tanta dor
faz doer
não te ver crescer
para onde foste?
nem sequer me disseste
de que cor querias que te pintasse o quarto.
efrem miranda

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