acontece
sempre de manhã…
ainda nem o orvalho acordou
já a avó perfuma os sentidos
trinados pelos acordes garridos
…de um galo que se quis perneta
uma estria de trigo
ao canto musculado da boca
a bússola desnorteada de um campo
de cotovelos surrados no tampo
…da velha mesa serrada no pé
ainda nem o orvalho acordou
já a avó perfuma os sentidos
trinados pelos acordes garridos
…de um galo que se quis perneta
uma estria de trigo
ao canto musculado da boca
a bússola desnorteada de um campo
de cotovelos surrados no tampo
…da velha mesa serrada no pé
o carvão do lápis suja-me a memória
o papel pardo, debota vivências
embrulha-se nele o amor de um homem
é apenas um coração
que bate
num corpo
podia ser o manto
no dorso de um cão
vadio
…a quem lhe tinham
partido uma perna
do outro lado da inocência
eis que se vislumbra o campanário
aguardam no confessionário
os militantes segredos imaginários
…a um padre que ficara coxo na guerra
um último olhar agendado
antes do carinhoso copo de leite
calma a noite se vai deitando
uma brisa de vez em quando
…balanceia uma flor sem caule
para onde vai a sombra
do empedrado?
aquela que se vê do
terraço
manchas campónias suam da
terrasujam de pó as mortes da única guerra
…onde não se entoam os canhões.
efrem miranda
se não é poesia, é o quê?
ResponderEliminarsaudações.
ainda bem que gostaste.
ResponderEliminarfico grato pela simpatia
saudações
Gosto desta tua mistura de episódios.
ResponderEliminarS*, muito te agradeço as tuas palavras, assim como o apoio de sempre.
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