quarta-feira, 20 de março de 2013

Filho!


quero que aprendas a voar
o mais alto que conseguires
eu serei a tua terra
quando as tuas asas humedecerem

estarei à espreita
quando brotarem as primeiras lágrimas
não chorarei contigo
tentarei que não chores amanhã
 
gosto de te ver crescer

orgulhoso
sento-me no beiral da casa velha
enquanto plantas os teus desejos
calcas as folhas
desordenas as sementes
e na impaciência de um filho
abraças o regador
como se ele te moldasse o destino

o silêncio de ser pai
ensurdece com a tua gargalhada
levanto-me, como quem renasce
e abraço-te
como se me moldasses o destino

se te perderes
estarei sentado no velho cadeirão
perto do teu destino

e.m.

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