sexta-feira, 31 de março de 2017
matar por matar
Saiu
de casa com o propósito único de matar, mas um matar diferente daqueles que
move as vinganças. É um matar sem ira, uma vida que se vira num segundo, uma
pouca sorte deste inocente que ficou sem mundo e de morrer sem saber porquê,
não foi por isso que não deixou de ir ao fundo. Mata ao acaso sem fazer caso
que o sangue sabe todo a ferro e debaixo da ponte passa o camião que ilude o
berro, de dor e desta imensidão de calor que o derramar do sangue lhe dá. Já
sabe a sangue e hoje o corpo nem parece morto da recusa de fechar os olhos,
resta cruzar-lhe os braços e ceifá-lo da ponte como lhe ceifou uma faca na
fonte. Que alguém o descubra na via pública, que algures por aí estará uma mãe
que o quererá chorar.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário