domingo, 30 de agosto de 2015

Diário de um pai à rasca - dia 13 (30.08.2015)

Canguru


Mais bonito que ver um filho deitado no peito de uma mãe, como se toda a sua prematura vida tivesse sido feita ali, é ver a dedicação de uma mãe, aflita, em cuidar do seu filho, como se toda a sua vida tivesse sido encaminhada para ali.

É do sangue. Não cheira a sangue, mas sente-se o correr nas veias. Eles sentem-se um ao outro como se a vida dependesse daquele contacto.
Pele com pele, coração com coração, o calor ensandece de tanto aquecer. Os miúdos crescem e tornam-se maduros. As mães choram, mas tornam-se futuros. Os pais também choram, e de emoção, tornam-se mais duros.

Ele abriu os pequenos olhos de amora. Procurou as sombras da mãe. Ela sussurrou-lhe ao ouvido, o caminho de se encontrar uma mãe. Descansado, voltou a aninhar-se naquele lugar de onde nunca devia ter saído.

Foi assim que continuaram a felicidade, pela tarde fora. 

Nuno Miranda de Torres

4 comentários:

  1. E eu aninhei-me na beleza desta prosa tão macia :)

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    1. Miss smile
      Vem em boa altura. Estamos num capítulo de mais sorrisos e uma miss smile será sempre bem vinda nos primeiros sorrisos da história.
      Muito Obrigado pelas suas palavras.

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  2. E que continuem a felicidade pela vida fora.
    Outro abraço, Nuno. Que bom é ler estes posts.

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    1. Com certeza que a partir de agora a vida será mais fácil. Pelo menos é o que esperamos.
      Obrigado.

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