domingo, 25 de janeiro de 2015

Lenço de limpar lágrimas de amores infinitos

Correm lágrimas do teu rosto, dos teus para os meus
do mesmo desgosto, da mesma maresia não queria
vergonha de ensopar o lenço ao homem pequeno
choro de parco senso coragem de o procurar no feno
ao homem ao choro coro de vozes intermitentes
tem medo de tremer sem dentes cego vago
chorar de estupidez inunda mais que a dor
cravada no peito o sabor de saber a doer de morrer
tão devagar sem amar que a morte se esqueceu
que também doeu daquela dor matina do ouro
prata platina da esmola que fez comer os olhos
do teus para os meus última lágrima bufar do touro
investe porque se despe à noite que não dormiu
despe-se deita-se escorre o último lamento
morreu de morrer de sofrimento de ti de outro
corpo morto enxaguo os restos  dos podres dos pobres
sem lenço de limpar lágrimas de amores infinitos 

E.M. Valmonte

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