sexta-feira, 7 de abril de 2017

passado

Vem de trás a mania de trazer o que já não faz falta. Vem de trás a vontade de parar, de pé em riste a fazer a falta, deixar o tempo coxo até ficar roxo, numa maca esquecido à espera que lhe deem alta. De tanto olhar para trás, não fui capaz de perceber que vem sempre do passado a vontade de lamber as feridas, esquecê-las em cinzas depois de ardidas. Lembro-me da linha que me trouxe até aqui e eu hoje sei que não quis ser ninguém, que vem do passado a história que um homem tem e não é de hoje a vontade de ter nascido em Jerusalém ou ainda mais além, que na história o que a distância pode tirar à vista ficará para sempre na memória. 

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